Appio será ouvido amanhã no CNJ sobre “trote” que gerou afastamento

O juiz federal Eduardo Appio será ouvido nesta quarta-feira (31) pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) no processo que gerou o afastamento do magistrado das funções  13° Vara Federal de Curitiba. A declaração foi dada pelo advogado Pedro Serrano em entrevista à GloboNews.

Appio foi afastado pelo Tribunal Regional Federal da 4° Região (TRF4) na semana passada depois que o órgão entendeu haver indícios de que Appio teria feito uma  ligação telefônica (confira na íntegra a ligação)  com ameaças ao advogado João Eduardo Barreto Malucelli, filho do desembargador federal do TRF4, Marcelo Malucelli.

Na decisão que determinou o afastamento, o TRF4 junta um laudo da Polícia Federal em que concluiu “existir muita semelhança entre a voz do interlocutor da ligação telefônica suspeita e a do juiz federal Eduardo Fernando Appio”. Serrano, durante a entrevista na tarde desta terça-feira, disse que o laudo da PF é probabilístico. “Ou seja, existe uma probabilidade. não é uma prova”, rebateu o defensor.

O advogado negou que Appio tenha passado o “trote” para o filho do desembargador do TRF4 e, “mesmo que tivesse feito, não é motivo para afastar um juiz federal”, disse.

Nesta terça-feira, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou a realização de uma correição extraordinária na 13ª Vara Federal de Curitiba, que julga os processos da Lava Jato, e nos gabinetes integrantes da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) — segunda instância da Justiça Federal do Paraná. Os trabalhos de correição se iniciam já nesta quarta-feira (31) e deverão ser concluídos até esta sexta-feira, dia 2 de junho.

Este pedido de correição extraordinária foi feito pelo advogado Pedro Serrano no recurso manejado ao CNJ para derrubar os efeitos da decisão que afastou Eduardo Appio da 13° Vara Federal.  O Corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, atendeu a este pedido, mas ainda não se manifestou sobre suspensão dos efeitos da sentença do TRF4. O caso tramita em sigilo no TRF4.

 

Foto: Divulgação JFPR

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