Após protesto, deputados aprovam Parceiro da Escola em sessão online

O projeto Parceiro da Escola, que prevê a terceirização da gestão administrativa de 200 escolas públicas do Paraná, foi aprovado em primeira votação na sessão plenária desta segunda-feira (3) da Assembleia Legislativa. Resultado já esperado: 39 deputados favoráveis e 13 contra. Como o projeto recebeu emendas, a votação foi paralisada para análise da CCJ e será retomada nesta terça-feira (4). O que não foi prenunciado foi a maneira como foi aprovado a proposta de lei do governo.

Marcada para as 14h30, a sessão plenária começou com atraso por causa do protesto que acontecia do lado de fora dos muros da Alep. Os manifestantes, milhares deles, caminharam da praça Santos Andrade até a Praça Nossa Senhora de Salete. E minutos antes de começar a sessão, derrubaram o portão da sede do Poder Legislativo, acessaram as rampas, forçaram a entrada por uma pequena porta de vidro que se estilhaçou. Ao lado dos cacos, manchas de sangue registrava a ação de manifestantes no corredor da Casa do Povo.

Professores, alunos, sindicalistas e simpatizantes com a greve dos educadores tomaram a galeria superior do plenário. De lá gritavam pela retirada do projeto de lei Parceiro da Escola. O presidente da Assembleia, deputado Ademar Traiano, até tentou abrir a sessão, mas teve a voz abafada pelos manifestantes. Rapidamente, Traiano suspendeu a sessão temporariamente.

Deputados da Mesa Executiva se reuniram no gabinete da presidência com os oposicionistas que mantinham diálogo com o comando grevista — encabeçado pela APP Sindicato. Em minutos veio uma saída, lastreada por uma recente mudança no regimento interno. Ao invés de votar o projeto do Palácio Iguaçu em plenário, a alternativa foi fazer uma sessão híbrida.

No plenário, ficaram apenas os sete parlamentares do PT, além de Goura (PDT), Evandro Araújo, do PSD de Ratinho, Mabel Canto (PSDB), Tercílio Turini (MDB). Todos os deputados da base aliada participaram da sessão de forma remota — a maioria deles no próprio gabinete. Motivo de crítica dos oposicionistas. As galerias ficaram lotadas de manifestantes.

Os oposicionistas ainda tentaram em plenário suspender a tramitação do projeto Parceiro da Escola por uma sessão, mas o requerimento foi rejeitado por ampla maioria: 39 votos contra 11 — os 11 que participaram da sessão do plenário da Alep. A base governista entrava em ação. Após o discurso de cinco deputados de oposição e cinco da situação, o projeto Parceiro da Escola passou a ser analisado pelos parlamentares.

O resultado não surpreendeu. A base governista se impôs e com 39 votos favoráveis aprovou a proposta do “Parceiro da Escola”. Além dos sete deputados do PT, votaram contra a proposta do governo as deputadas tucanas Mabel Canto e Cristina Silvestri e três considerados governistas: Tercílio, Evandro Araújo, do PSD de Ratinho, e Ney Lerprevost — que é do União Brasil e pré-candidato a prefeito de Curitiba.

 

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