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Depois de se reunir com o ex-presidente Jair Bolsonaro e cooptar o PL para a pré-campanha de Eduardo Pimentel a prefeitura de Curitiba, o governador Ratinho Junior agora tem outra missão: atrair o União Brasil. Nem que para isso seja oferecida ao partido vice na chapa encabeçada por Eduardo Pimentel.
Mais do que contar com o partido na aliança, a estratégia é tirar Ney Leprevost da disputa pelo Palácio 29 de Março e polarizar a eleição entre Eduardo Pimentel e o pré-candidato que vai representar a frente ampla da esquerda, muito provavelmente, o deputado federal e ex-prefeito Luciano Ducci, do PSB.
Mas Ratinho vai se deparar com uma dificuldade. Ao contrário do PL, em que bastou uma reunião com Bolsonaro, com o União Brasil são duas as negociações: convencer Ney Leprevost a desistir do pleito e também o presidente estadual do União, o deputado federal Felipe Francischini, a andar junto com Eduardo Pimentel na eleição de outubro.
A conversa com Ney Leprevost deve girar em torno da oferta da vice para Alexandre Leprevost, irmão de Ney que é vereador de Curitiba pelo Solidariedade. Aliás, a janela partidária se encerra no fim desta semana e Alexandre ainda não se filiou ao União Brasil — o que acendeu a luz amarela na Casa Cinza, sede do partido no Batel.
Independentemente da conversa com os Leprevost, Ratinho terá de trazer Felipe Francischini para a mesa de negociação. Isso porque, comenta-se dentro do União Brasil que a transferência do domicílio eleitoral de Rosângela Moro de São Paulo para o Paraná trouxe um plano B para a disputa pela prefeitura de Curitiba. Sem falar na possibilidade de trazer Deltan Dallagnol e o Novo como aliados num cenário com a esposa de Sergio Moro como cabeça de chapa. Tudo isso, por ora, só conjectura.
O União Brasil já recebeu recados do Palácio Iguaçu que será alvo de investidas do comando da campanha de Eduardo Pimentel. O Blog Politicamente apurou com fontes do partido que hoje Felipe Francischini não estaria disposto a fazer aliança com o PSD. Apesar do União ter duas secretarias no governo Ratinho, a sensação interna é as pastas foram cedidas em negociações pessoais, não do comando da executiva do partido.
Sem dúvida, é uma equação bem mais complexa — se comparada com o PL, onde Ratinho fez barba, cabelo e bigode. Mas Ratinho vai esticar a corda ao máximo na negociação para trazer o União Brasil para a pré-campanha de Eduardo Pimentel. Se tanto Ney quanto o União cederem, dois nomes podem ser indicados pelo partido para a vice do PSD: Alexandre Leprevost e Flávia Francischini.
Quem observa com atenção as movimentações nos bastidores é Eduardo Pimentel que agora conta com três padrinhos de peso: o prefeito Rafael Greca, o próprio governador Ratinho Junior e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Se conseguir trazer o União Brasil para a aliança, o caminho fica, em tese, mais fácil para o vice virar prefeito de Curitiba.