Após Deltan, mais um procurador da Lava Jato entra na mira

Mais um procurador da República do Paraná, com destacada atuação na operação Lava Jato, está na mira. Depois que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou, por unanimidade, o mandato de deputado federal Deltan Dallagnol, agora é a vez de Diogo Castor, que corre o risco de perder cargo.

O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) vai dar andamento ao processo de demissão de Diogo Castor. A acusação diz respeito ao outdoor exibido numa avenida que dá acesso ao aeroporto Afonso Pena em 2019 — no auge da Lava Jato.

Os painéis exaltavam o trabalho e os resultados alcançados pela operação e exibia a imagem de nove procuradores e a seguinte frase: “Bem-vindo à República de Curitiba. Terra da Operação Lava Jato, a investigação que mudou o país. Aqui a lei se cumpre. 17 de março — 5 anos de Operação Lava Jato — O Brasil Agradece”. O procurador acabou se desligando da força-tarefa após o episódio vir à tona.

No fim de 2021, o CNMP aprovou a demissão de Diogo Castor por considerar que ele burlou as regras funcionais e usou o outdoor para fazer promoção pessoal — o que configurou ato de improbidade.

Nesta semana, o procurador-geral da República, Augusto Aras, designou a procuradora Analucia de Andrade Hartmann para atuar no processo que pode terminar com a demissão do Diogo Castor.

Nos bastidores em Brasília comenta-se que a escolha não foi aleatória. A procuradora Analucia é crítica à operação Lava Jato. Ainda como pano de fundo, Aras está tentando sensibilizar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a reconduzi-lo ao cargo mais alto do Ministério Público Federal (MPF).

O que parecia praticamente impossível, já que Aras tinha a imagem quase que atrelada ao ex-presidente Jair Bolsonaro, hoje parece bem mais palatável aos olhos petistas — principalmente pelos caciques de São Paulo e Bahia que vêem o atual procurador-geral como um moderador.

 

Foto: Reprodução

 

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