O posicionamento, as críticas e as palavras de Jair Bolsonaro são muito duras com relação a possibilidade de aliança do PL com o PSD de Gilberto Kassab nas eleições municipais de 2024 em todo o país.
Hoje, a oito meses do pleito, o Capitão parece irredutível quanto ao veto imposto. O motivo? A aproximação cada vez mais evidente do partido de Kassab com o governo Lula
Ratinho Junior, aliado do ex-presidente da República, ainda acredita que aqui no Paraná a coisa pode ser diferente. O governador comentou que a fala de Bolsonaro esta muito vinculada a questão nacional e crê em costuras pontuais entre PL e o PSD.
A missão é sensibilizar Bolsonaro para que abra exceções no Paraná. Ele tem prazo: cinco meses, até as convenções partidárias. O principal foco do governador do Paraná é em Curitiba — o maior colégio eleitoral do estado. Há mais de um ano, Eduardo Pimentel, vice-prefeito da capital, foi o escolhido como candidato do grupo político liderado por Ratinho.
Na estratégia inicialmente desenhada no bunker de Eduardo Pimentel, o PL fazia parte do arco de aliança. Houve até uma conversa inicial com o deputado federal Filipe Barros (PL) e a costura caminhava para um final feliz. Até o veto de Bolsonaro. O deputado estadual Ricardo Arruda, do partido do Capitão, tenta se viabilizar para quem sabe representar o PL na eleição de outubro — isso se até lá o veto não cair.
Outra preocupação é com Londrina, nada menos que o segundo maior colégio eleitoral. Lá, o próprio Filipe Barros conduzia a negociação com Tiago Amaral — filho do conselheiro do Tribunal de Contas, Durval Amaral, e aliado do Palácio Iguaçu. Filipe, que tem planos maiores para 2026, estava disposto a abrir mão da candidatura para apoiar Tiago.
Com o novo cenário dentro do PL, Filipe filiou Bruno Ubiratan, atual presidente da Cohab de Londrina e um dos principais aliados do prefeito Marcelo Belinati, no partido e pode lança-lo candidato — provocando um racha no grupo belinatista.
Curitiba e Londrina são apenas alguns exemplos, que se multiplicam pelo interior do Paraná.
A pressão para reverter este veto de aliança com o PSD não deve vir só do Paraná, longe disso. No Estado de São Paulo são inúmeras as alianças pré-montadas envolvendo PL e PSD. Até porque, quem articula a política do Palácio dos Bandeirantes, é ninguém menos que Gilberto Kassab — o principal cacique do PSD e secretário de Governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos).