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Ao seu jeito, Bolsonaro reconhece derrota e critica manifestação

Depois de 45 horas de silêncio, o presidente Jair Bolsonaro (PL) rompeu o silêncio. Foi um track. Nem de longe pareceu o Capitão dos últimos anos. E muito menos o “bonzinho” das propagandas eleitorais do 2° turno.

Em um curtíssimo discurso, cerca de dois minutos, no Palácio da Alvorada, ele perdeu uma ótima chance de “sair grande” da presidência. Ao seu jeitão, deu a entender que reconheceu a vitória de Lula nas urnas — embora também não as tenha questionado. Até porque ele perdeu o timing.

O mais perto disso foi a frase captada pelos microfones da imprensa antes do início do pronunciamento oficial. “Vão sentir saudade da gente”, disse Bolsonaro ao profissional de libras que estava ao lado dele.

Bolsonaro começou agradecendo os mais de 58 milhões de votos recebidos, dando um sinal de que reconhece a derrota — apesar de não citar explicitamente. O presidente ainda falou sobre as manifestações nas estradas que acometem quase todo o país.

Manifestações nas estradas — “As atuais manifestações populares são frutos de indignação de como se deu o processo eleitoral e o sentimento de injustiça. As manifestações pacíficas sempre serão benéficas, mas nosso método não pode ser os mesmos da esquerda que sempre prejudicaram a população, como o cerceamento de ir e vir”, disse, num posicionamento contrário aos dos manifestantes.

Bolsonaro disse que, como presidente da República e cidadão, vai continuar cumprindo todos os mandamentos da Constituição e que “apesar de ter sido rotulado como antidemocrático, sempre jogo dentro das quatro linhas do jogo”.

Que o Capitão não citaria o nome de Lula, já era uma certeza. O pronunciamento foi aos moldes de Bolsonaro — do seu jeito, fugindo de qualquer normalidade. Após dois minutos, saiu. Foi aplaudido pela claque.

Transição — A parte mais “tradicional” coube ao ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, que falou à imprensa depois do Capitão. Disse que foi autorizado pelo presidente Bolsonaro a, quando for procurado, iniciar o processo de transição. Informou que na próxima quinta-feira o vice presidente eleito Geraldo Alckmin deve ser formalizado como responsável pelo processo de transição com o atual governo.

O pronunciamento de Bolsonaro estanca a perda do capital político, conquistado nos últimos quatro anos, causado pelas manifestações antidemocráticas que já causava desabastecimento em algumas cidades.

O discurso de Ciro Nogueira, por sua vez, dá inicio ao processo de transição — o que Bolsonaro não fez a menor questão de fazer. Muito menos parabenizar Lula pela eleição.

 

Redação:

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