Alep

Afastado da base do governo, Mauro Moraes será substituído da liderança na Alep

Não fazia sentido um deputado que não é considerado da base do governo liderar um partido aliado de Ratinho. Ney Leprevost vai assumir a liderança

Depois de ser convidado a sair da base governista e acompanhar pelo Diário Oficial do Estado a demissão de mais de três dezenas de aliados políticos de cargos em comissão, o deputado estadual Mauro Moraes (União Brasil) agora será substituído da liderança do partido na Assembleia Legislativa. O motivo é o apoio explícito à pré-campanha de Sergio Moro ao governo do estado em 2026.

De fato, não fazia sentido um parlamentar que não é considerado da base do governo liderar um partido aliado de Ratinho Junior. Pode parecer ambíguo, mas o Palácio Iguaçu considera o União Brasil como aliado no projeto político de sucessão do governador, embora o projeto de Moro para o pleito de 26 esteja de pé.

Palacianos entraram em ação e, depois de conversar com parte da bancada do União Brasil, colheram a assinatura de quatro dos sete deputados para substituição de Mauro Moraes da liderança. Para o lugar dele, o escolhido foi o deputado Ney Leprevost, que disputou a prefeitura de Curitiba contra Eduardo Pimentel (PSD) — candidato de Ratinho.

O documento, que já tem assinatura de Ney, Flávia Francischini, Nelson Justus e Thiago Buhrer, deve ser protocolado na Mesa Executiva da Alep na próxima segunda-feira — para efetivar a troca. Até lá, mais deputados da legenda podem aderir. Luiz Fernando Guerra, que apesar de ser irmão do 2º suplente de Moro, é um dos que pode assinar.

Mauro Moraes, por óbvio, não endossou a troca e Tito Barrichello, por opção, também não. Uma boa fonte do Blog Politicamente diz que a postura do “Xerifão” pode custar caro. Já existe uma conversa para substituí-lo da CCJ — para seu lugar seria indicado Nelson Justus, que já presidiu o colegiado.

O plano político de Tito para 2026 também pode naufragar. O parlamentar pensa em disputar uma cadeira na Câmara Federal e lançar a mulher, a vereadora de Curitiba Tathiana Guzella, para substituí-lo no legislativo paranaense.

As medidas do governo são um recado bastante claro e duro para a classe política — não só deputados estaduais. Ratinho já disse publicamente que seu candidato será do PSD e a postura adotada com Mauro Moraes, que até pouco tempo era secretário de Trabalho do Paraná, é o cartão de visita do Palácio Iguaçu para a eleição de 2026.

As mudanças envolvendo o União Brasil, obviamente, foram avalizadas pelo deputado federal Felipe Francischini, que preside a legenda no Paraná. Apesar de bastante nítido, o desfecho da disputa do União Brasil do Paraná travada entre Francischini e Moro com a cúpula do partido em Brasília, é incerta.

Fato é que Francischini está cada vez mais próximo do Palácio Iguaçu, enquanto o ex-juiz da Lava Jato busca presidir o partido para garantir a candidatura ao governo em 2026.

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