A 10 dias do fim do prazo das convenções, Alvaro Dias (Podemos) está encurralado. Bem avaliado nas pesquisas de intenção de voto, até aqui divulgadas, o senador não consegue construir uma candidatura sólida que possa lhe garantir mais oito anos no Senado Federal.
A cada diz que passa, Alvaro observa o cerco se fechando. Ele não está parado. Pelo contrário, tem feito costuras políticas diariamente. Este talvez seja o problema. Tem falado com todo mundo. Tentando tudo.
Quem fala com todo mundo ao mesmo tempo, não fala com ninguém!
Alvaro deu o start naquela que pode ser sua última cartada. Com minguados segundos de tempo de rádio e TV, Alvaro vai tentar buscar o MDB e o Republicanos. O MDB anunciou Orlando Pessuti para disputar o Senado, mas na última hora, dependendo da conversa, pode dar outro destino ao ex-governador.
Alvaro se encontrou com o governador Ratinho Junior (PSD). A conversa foi boa, amistosa. Alvaro recebeu o aval para buscar alguns aliados. Mas o que foi dito, não foi feito. O ápice veio ontem com o anúncio da aliança de Ratinho com o União Brasil — com quem Alvaro também conversava.
Com o União, desembarca o juiz-federal Sergio Moro na trincheira do PSD — talvez o principal adversário nesta disputa pela única vaga ao Senado. Na chapa do PSD também terá o deputado federal Paulo Martins (PL) — o candidato do presidente Jair Bolsonaro (PL).
O cenário não é favorável a Alvaro Dias. Alguns arriscam dizer que se não tiver êxito nesta última cartada, pode encerrar a carreia política. Retroceder e disputar uma vaga na Câmara Federal não está nos planos, assim como disputar o governo do Estado, embora já tenha aventado esta possibilidade.
Os pouquíssimos segundos de tempo de TV podem encerrar a trajetória de 24 anos no Senado Federal.