Não convide Ney Leprevost e Giovani Gionédis para a mesma festa. A relação azedou após uma reunião, na última sexta-feira, no famoso e cada vez mais amplo escritório do advogado na rua David Carneiro, no São Francisco, em Curitiba.
O assunto da discórdia foi a eleição para a prefeitura de Curitiba. Ney foi levado por João Carlos Ortega, chefe da Casa Civil e homem forte do governador Ratinho Junior, até o escritório de Gionédis.
Era uma espécie de segundo tempo de uma reunião que acontecera no início da semana passada no Iguaçu. Lá, de forma muito cortês, Ortega sondou Ney sobre os planos para a eleição municipal de outubro.
O deputado estadual se posicionou como pré-candidato do União Brasil ao Palácio 29 de Março — mesmo após ouvir, de forma sutil, que o irmão, o vereador Alexandre Leprevost, poderia integrar como vice a chapa encabeçada por Eduardo Pimentel (PSD). Os dois lados saíram do encontro na sede do governo convencidos de que a disputa em outubro seria inevitável.
Mas haveria uma continuidade desta reunião. E o desfecho foi desastroso. A conversa entre Gionédis e Ney até começou bem, com ambos relembrando da gestão do ex-governador Jaime Lerner quando os dois eram secretários de Estado. Ney, começando na vida política, comandava a pasta do Esporte e Turismo do Paraná e Gionédis já comandava a poderosa secretaria da Fazenda.
As boas lembranças e risadas foram interrompidas quando o passado foi deixado de lado para começar a tratar do presente e do futuro próximo. Gionédis acenou com a possibilidade de Ney desistir da candidatura e indicar o irmão para a vice de Eduardo Pimentel. O advogado então ouviu o que Ney já havia dito para Ortega: que será candidato a prefeitura de Curitiba em outubro.
Aí o caldo entornou. A conversa ficou tensa e Ortega, desconcertado com o que via e ouvia, virou telespectador de uma discussão áspera. O que se comenta nos bastidores é que estrago está feito e nem os bombeiros mais bem treinados do Paraná, com larga experiência, conseguirão apagar este incêndio.