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O Governo do Estado e os 16 deputados do PSD farão hoje uma reunião para colocar um freio de arrumação na relação política entre Executivo e Legislativo. “Sem filtro”, os parlamentares vão expor as insatisfações com secretários de Estado e funcionários da Casa Civil que estão de olho nas eleições de 2024 e 2026.
O encontro será com o secretário da Casa Civil, João Carlos Ortega, e com servidores que têm como missão fazer a articulação política do Palácio Iguaçu com a Assembleia Legislativa. A presença do governador Ratinho Junior ainda é incerta, mas, obviamente, que o assunto já chegou ao gabinete do 3° andar.
A arrumação da casa é necessária. Nos bastidores, a relação dos deputados com alguns servidores da Casa Civil e secretários não é nada boa. Nominalmente, os parlamentares citam três alvos de forma mais recorrente: Lucio Mauro Tasso, que ocupa o cargo de subchefe da Casa Civil, Júnior Weiller, que era presidente da Associação dos Municípios do Paraná (AMP) e recentemente ganhou um cargo no governo de superintendente-geral de Apoio aos Municípios, além do secretário de Meio Ambiente, Valdemar Jorge.
Lucio Mauro tem as “costas quentes”. Integrante da chamada República de Jandaia, ele acompanha o governador há mais de 20 anos e tem relação muito próxima com o apresentador Ratinho. Mas junto aos deputados do PSD Lucio Mauro não está com esta moral toda. Alguns deputados ouvidos pelo Blog Politicamente contam que tanto ele, quanto Júnior Weiller, têm ido com frequência para o interior do estado cacarejar que são candidatos a deputado estadual.
“Eles estão adiantando e muito o processo eleitoral. Nas cidades do interior começam a discutir o comando dos diretórios do PSD. As lideranças ligam imediatamente para os deputados reclamando”, conta um parlamentar do PSD.
Insatisfações — Esta aliás, é mais uma das reclamações que será levada ao secretário Ortega — a indefinição sobre o mando político do PSD nos muitos diretórios municipais. A prefeitada está querendo embarcar no PSD de Ratinho para levar o governador no palanque em 2024, mas há compromissos assumidos que não podem ser desfeitos ou podem custar caro politicamente.
Mais um item da pauta: a atuação de alguns secretários de Estado que insistem em “ignorar” os deputados — seja nos compromissos políticos pelo interior, seja na falta de agenda para atendimento de prefeitos aliados levados pela mão pelos deputados. O alvo central da maioria dos deputados do PSD é o secretário do Meio Ambiente, Valdemar Jorge — que foi assunto na churrascada da semana passada na casa do deputado Luiz Cláudio Romanelli.
Esta questão é antiga e recorrente. Inclusive Ratinho já baixou uma determinação aos seus secretários, gestores e presidentes de autarquias proibindo que façam quaisquer manifestações públicas sobre projetos, ações, políticas públicas e programas de Governo sem antes comunicar a Casa Civil ou o diretor-geral da pasta. No mesmo documento, orienta o time de secretários a marcar agendas nas quintas e sextas-feiras — dias em que não há sessão plenária na Alep.
Toda esta insatisfação, por ora, é só dentro do PSD, não é uma crise envolvendo a bancada de apoio ao governo. A tendência é que Ortega, ou o próprio Ratinho, dêem um puxão de orelha no pessoal da Casa Civil que tem ciscado no reduto eleitoral dos deputados e também nos secretários que parecem mais preocupados com o próprio umbigo. Resta saber se o tal puxão de orelha vai funcionar.