Depois da cassação do mandato de deputado federal Deltan Dallagnol, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), da correição extraordinária feita pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) na 13° Vara Federal de Curitiba e nos gabinetes dos desembargadores da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), agora é a vez do Ministério Público Federal (MPF). Em comum, todos tem relação com a operação “Lava Jato”.
A Corregedoria Nacional do Ministério Público vai realizar na semana que vem, entre os dias 12 e 14 de julho, correições extraordinárias em unidades do Ministério Público Federal do Paraná, do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul. A intenção é apurar o funcionamento e a regularidade dos serviços funcionais, especialmente na atuação perante os processos judiciais e administrativos relacionados à operação “Lava-Jato”.
Aqui no Paraná, a correição acontece na Procuradoria do Ministério Público Federal com atuação junto à 13ª Vara Federal de Curitiba, que julgou os processos da Lava Jato em primeira instância. No Rio Grande do Sul, o “pente-fino” será nas unidades da Procuradoria Regional da República da 4ª Região que atuam junto à 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).
No Rio de Janeiro, o pente fino será no 8º Ofício da Procuradoria da República, que atua junto à 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, que era chefiada pelo juiz Marcelo Bretas — que assim como o ex-juiz federal Sergio Moro, hoje senador da República, teve destaque durante as inúmeras fases da Lava Jato.
Bretas foi o braço carioca da Lava Jato. Entre os condenados por Bretas está, por exemplo, o ex-governador Sergio Cabral, com penas que somam mais de 400 anos de prisão. O juiz carioca mandou para a cadeia gente importante como empresários, doleiros, deputados, o ex-governador Luiz Fernando Pezão e até o ex-presidente da República Michel Temer.
Bretas, no entanto, foi afastado das funções de juiz no início deste ano pelo Conselho Nacional de Justiça por supostos desvios de conduta.