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Um almoço oferecido pelo governador Ratinho Junior a um grupo de deputados no Palácio Iguaçu praticamente enterrou qualquer chance da PEC do Orçamento Impositivo passar na Assembleia Legislativa. Entre uma garfada e outra, o recado foi dado em alto e bom som, não deixando qualquer dúvida que o governo é contrário a esta proposta. Os presentes tiveram de deixar seus celulares fora do salão onde a refeição foi servida.
Os parlamentares favoráveis à PEC, que garante R$ 16 milhões por ano em emendas para todos os deputados, pediram uma audiência com o governador para tentar sensibilizá-lo. Estavam encorajados após discursos inflamados propalados numa reunião realizada ontem (22), meio que de improviso, numa sala anexa ao plenário da Assembleia. Os mais novos, caíram no “canto da sereia”, os deputados de cabeça branca, com anos de Legislativo, já sabiam qual seria o desfecho.
Ao final do almoço, para lá de indigesto, o sentimento era de derrota e o grupo pró-PEC cruzou a rua com uma certeza: não dá para pedir seis numa disputa de truco com o governo do estado. Quase sempre, “o gato”, a maior carta do jogo, está na mão do chefe do Poder Executivo.
A última cartada pode ser apresentada na sessão desta quarta-feira (24). Há conversas pelos corredores da Casa do Povo de que a oposição, que se sentiu usada pelos governistas que buscavam as emendas impositivas, pode apresentar um pedido de regime de urgência da PEC. Tem deputado que acredita que a iniciativa poderá vir só na semana que vem, outros apostam que vem nesta quarta. São necessárias pelo menos 18 assinaturas — sendo que 10 estão garantidas pela oposição.
Pode ser o último teste ao grupo pró-PEC. Depois do almoço com Ratinho qual deputado da base aliada vai endossar publicamente o andamento da PEC — contrariando frontalmente o Palácio Iguaçu?
Alguns deputados ouvidos pelo Blog Politicamente disseram como classificaram o encontro. “Governador deixou bem claro que é totalmente contra a emenda e quem continuar lutando por ela vai estar fora da base”, disse um governista, sem rodeios. Um palaciano contou ao Blog que a avaliação do Palácio Iguaçu sobre o encontro com o grupo foi muito positiva e, em alguns momentos, até “descontraída”.
Ratinho teria explanado aos deputados que tem utilizado programas do governo que foram construídos de forma conjunta com a Assembleia, mas que a metodologia de divisão dos recursos teria que ser construída pelos deputados — já que os recursos são do cofre do Legislativo.
A PEC do Orçamento Impositivo não foi o único tema da reunião. Aliás, nem foi o que tomou mais tempo do almoço. Já desacreditados com a PEC, os deputados aproveitaram para “lavar a roupa suja” explicitando ao governador algumas insatisfações — entre elas o tratamento que têm recebido de alguns secretários de Estado e também do fato do governo marcar eventos no interior em horários incompatíveis com a vida parlamentar.