Disputa por vaga de desembargador do TJ esquenta nos corredores do MP

A recente aposentadoria do desembargador do Tribunal de Justiça do Paraná Paulo Edison de Macedo Pacheco no final do mês passado abriu a disputa pela vaga dentro do Ministério Público do Paraná.

Como a vaga é originária do quinto constitucional do MP, 13 representantes do órgão se inscreveram para concorrer à concorrida vaga de desembargador do TJ: são sete homens e seis mulheres. Do total, sete atuam na comarca de Curitiba e outros seis no interior: dois em Londrina, outros dois em Maringá, um de Cascavel e um de Foz do Iguaçu. Veja no final o nome dos candidatos.

A eleição começará com 13 candidatos e depois afunila. Será formada uma lista sêxtupla para em seguida restarem apenas três nomes que serão encaminhados ao governador Ratinho Junior – a quem caberá decidir quem ocupará o cargo no TJ.

Em maio do ano passado, o governador escolheu o então promotor de Justiça Cláudio Smirne Diniz para ocupar a vaga de desembargador do TJ aberta com a aposentadoria de Clayton Camargo. Diniz, na época, contou com  o apoio do procurador-geral de Justiça, Gilberto Giacóia.

Apoio — Nesta eleição interna do MP não deve ser diferente. O candidato apoiado por Giacóia larga na frente na disputa. Neste caso, a vantagem é do promotor Eduardo Augusto Salomão Cambi, que hoje é coordenador geral da Escola Superior do MP. É por ele que o procurador-geral vai trabalhar para eleger desembargador do TJ.

No entanto, o Blog Politicamente apurou que há um movimento grande internamente para que seja nomeada uma mulher para a vaga de desembargadora do TJ, visto que só existe uma magistrada oriunda do quinto constitucional do MP no Tribunal de Justiça.

Para se ter uma ideia desta falta de representatividade das mulheres, na eleição de 2021, por exemplo, apenas três mulheres disputaram a vaga contra sete homens. “Sempre foi um ambiente, uma disputa, predominantemente, entre homens”, disse uma fonte do MP. “Agora vamos trabalhar para mudar isso e eleger uma mulher para o Tribunal de Justiça”, completou.

Movimento — O nome mais forte da “ala feminina” é o da promotora Karina Anastácio Faria de Moura Cordeiro. Ela foi uma das três que disputou a vaga na eleição anterior.

Nos corredores do MP, portanto, há duas correntes: a do procurador-geral e do movimento que luta para aumentar a participação da mulher no Poder Judiciário paranaense.

Aposentado – Quem vencer esta corrida e ser escolhido pelo governador Ratinho Junior vai ocupar o posto de desembargador do TJ aberto pela aposentadoria de Paulo Pacheco.

Pacheco é aquele desembargador que virou notícia nacional ao expor uma conversa íntima durante sessão de julgamento da 1ª Câmara Criminal do TJ-PR – isso lá em novembro do ano passado. Em sessão remota por causa da pandemia, Pacheco se descuidou e não sabia que já estava sendo transmitida quando soltou: “Vou levar as duas lá para você ver. Uma para você e uma para o Xisto. A loira é do Xisto”, disse diretamente ao desembargador aposentado Antônio Loyola Vieira que antes falou de um encontro marcado com dois magistrados da Corte.

Xisto, mencionado na conversa, é o desembargador Adalberto Jorge Xisto Pereira, que nada fala durante o “incidente”. O TJ na época afirmou à imprensa que não comentaria o ocorrido.

Pacheco, por sua vez, pediu desculpas a todos e considerou o caso como uma “inadvertida ‘brincadeira”.

Os Candidatos:

CRISTINA CORSO RUARO

EDUARDO AUGUSTO SALOMÃO CAMBI

FUAD CHAFIC ABI FARAJ

JOSÉ AMÉRICO PENTEADO DE CARVALHO

KARINA ANASTACIO FARIA DE MOURA CORDEIRO

MARIA APARECIDA MELLO DA SILVA LOSSO

MARCOS CRISTIANO ANDRADE

MICHELE NADER

PEDRO IVO ANDRADE

RODRIGO BAPTISTA BRAZILIANO

SIMONE LÚCIA LORENS

SOLANGE NOVAES DA SILVA VICENTIN

THADEU AUGIMERI DE GÓES LIMA

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