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O ex-ministro da Fazenda, Antônio Palloci, vai prestar depoimento por videoconferência nesta sexta-feira (19) ao juiz Eduardo Appio da 13° Vara Federal de Curitiba — responsável pelas ações da Lava Jato.
Palloci estaria disposto a rever seu conturbado acordo de delação premiada, firmado em 2018 com a Polícia Federal. Ao despachar sobre o caso, marcando o novo depoimento, Appio citou a apuração de possível “tortura” envolvendo a negociação do acordo de colaboração do ex-ministro.
Uma fonte do Blog Politicamente disse que o novo depoimento de Antônio Palloci será “explosivo”. A tendência é que o petista relate supostos abusos que o teria forçado a assinar uma delação premiada. Se confirmada esta acusação, o caso pode ser remetido ao Supremo Tribunal Federal (STF) — exatamente o mesmo expediente já visto no caso envolvendo a denúncia do advogado Tacla Duran contra o ex-juiz federal Sergio Moro e o ex-chefe da Lava Jato no MPF, Deltan Dallagnol.
Alvo da Lava Jato, Palocci foi preso em 2016 e foi condenado a 12 anos de prisão. Ele acabou fechando um acordo de delação premiada com a PF e o caso, na época, chamou a atenção porque o Ministério Público Federal (MPF) foi contra este acordo porque entendia que o ex-ministro da Fazenda não tinha provas do que dizia nos anexos da proposta da colaboração.
Por fim, a delação acabou sendo feita com a PF e homologada pelo STF. Palloci acusou Lula de receber propina e ocultar R$ 15 milhões em contas no Banco BTG Pactual.
Sérgio Cabral — A informação sobre o novo depoimento de Palloci veio à tona na noite de ontem (15) — poucas horas depois da notícia que o Tribunal Regional Federal da 4° Região (TRF4) anulou a decisão de Eduardo Appio e revalidou os atos do ex-juiz Sergio Moro no processo envolvendo o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral.
No início do mês, Appio, numa canetada, suspendeu os efeitos da decisão de Moro alegando parcialidade do ex-juiz no julgamento de Cabral — que foi condenado a pouco mais de 14 anos pelos crimes de lavagem de dinheiro e desvio de dinheiro público envolvendo as obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).
A suspeição de Moro tinha sido questionada pela defesa do ex-governador carioca e tramitava no TRF4, mas antes da conclusão do julgamento em Porto Alegre, Appio anulou os atos de Moro. O desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz então anulou esta decisão de Appio e revalidou os atos de Sergio Moro.