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A vereadora de Curitiba Noêmia Rocha (MDB) foi o alvo central da operação deflagrada na manhã desta terça-feira (28) pelo Gaeco (Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público do Paraná.
Conta uma boa fonte do Blog Politicamente que durante o cumprimento de busca na residência de Noêmia Rocha, ela se mostrou bastante preocupada com a exploração política da ação do Gaeco. De lá, os policiais saíram com documentos e o celular da vereadora — que vai passar por perícia para extração de dados que possam contribuir com a investigação.
A preocupação faz sentido. Os promotores investigam um suposto caso de “rachadinha”, quando o funcionário é obrigado a devolver parte do salário, no gabinete parlamentar da vereadora. A casa de Noêmia Rocha e o gabinete dela no 4° andar da Câmara Municipal foram alvos de busca.
De acordo com a investigação, o dinheiro desviado dos servidores teria sido usado para pagar contas pessoais da vereadora, como boletos, dívidas e despesas variadas, inclusive relacionadas à festa de casamento da filha dela. Além disso, os funcionários do gabinete seriam obrigados a repartir os salários com pessoas que prestariam informalmente serviços relacionados ao programa de rádio apresentado por Noêmia Rocha.
Além do gabinete e da casa de Noêmia, o Gaeco cumpriu buscas em outros cinco endereços em Curitiba e outro na cidade de Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba. Os alvos eram atuais e ex-servidores do gabinete da parlamentar — entre eles um ex-chefe de gabinete dela.
Ainda segundo a fonte, na casa dos alvos foram apreendidos documentos, computadores e celulares. Na casa de um deles, foi encontrada uma pequena quantia de dinheiro.
O Gaeco iniciou a investigação a partir de uma denúncia feita de forma anônima em 2021, indicando que a vereadora Noêmia R0cha estaria praticando “rachadinha” desde pelo menos 2017.
Manifestação — A vereadora Noêmia Rocha ainda não se manifestou sobre a ação do Gaeco. Por conta da operação, a vereadora não compareceu à sessão desta terça-feira na Câmara. Nenhum dos vereadores comentou publicamente a ação do Gaeco.
Por nota, o presidente da Câmara Municipal de Curitiba, vereador Marcelo Fachinello, informou que a Casa “foi contatada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná (MP-PR), que informou a necessidade de cumprir um mandado de busca e apreensão no gabinete da vereadora Noemia Rocha (MDB)”, diz.
E que diante disso, “ofereceu acesso às suas dependências, para fins de cumprimento do mandado. A CMC segue à disposição das autoridades para colaborar com as investigações e prestar quaisquer esclarecimentos que se façam necessários. A equipe do Gaeco chegou às 6h nas dependências da CMC e deixou o Legislativo às 7h50. Até o momento a CMC não foi comunicada formalmente do motivo da investigação, logo reiteramos à imprensa que isso deve ser buscado junto ao Ministério Público do Paraná”.