A pouco mais de um ano para a eleição geral de 2026, o paranaense está muito distante da discussão que ferve nos bastidores do Centro Cívico sobre a sucessão no Palácio Iguaçu e na disputa pelas duas vagas ao Senado Federal.
Esta desconexão esta estampada na mais recente sondagem eleitoral feita pelo Instituto Paraná Pesquisa: 75,9% dos paranaenses ouvidos responderam não saber em quem votar para o governo do Estado. Dos que apontaram um candidato, 10,6% disseram que escolheriam Ratinho Junior — que não pode concorrer ao terceiro mandato. Na pesquisa sobre o Senado Federal, o porcentual de eleitores que não sabem em quem votar é ainda maior: 86,3%.
Esse distanciamento do eleitor do Paraná com o processo eleitoral pode explicar também o resultado dos cenários pesquisados — tanto na concorrência pelo Palácio Iguaçu quanto para Câmara Alta — uma vez que o paranaense acaba, por muitas vezes, acenando para o nome que já lhe é familiar.
Neste sentido, saem com vantagem Sergio Moro, não só por ser senador da República, mas também pelo trabalho como juiz federal na Lava Jato, Beto Richa, que foi prefeito de Curitiba e governador do Paraná por dois mandatos, e Requião Filho que herda não só o sobrenome, mas também o capital político do pai — o ex-governador Roberto Requião.
Na contramão, quem mais sofre são Guto Silva, secretário das Cidades de Ratinho Junior e com menos tempo de vida política, e o petista Ênio Verri que há 10 anos deixou a cadeira de deputado estadual para assumir a vaga na Câmara Federal e, mais recentemente, foi chefiar a Itaipu Binacional.
Na eleição de Curitiba de 2024, a situação foi parecida. No início da campanha, Roberto Requião chegou a liderar pesquisa juntamente com Eduardo Pimentel, mas o ex-governador acabou com pouco mais de 1% das intenções de voto.
Os números da corrida pelo Iguaçu
Num primeiro quadro apresentado ao eleitor, Sergio Moro (União Brasil) lidera com 43,9%, seguido de Requião Filho com 18,1%, Beto Richa (PSDB) 17,9%, Guto Silva (PSD) tem 3,9% e o petista Ênio Verri 2,6%. No cenário sem o ex-juiz da Lava Jato, o ex-governador tucano é quem aparece na dianteira com 22,6%, Requião Filho tem 20,8%, seguido por Alexandre Curi (PSD) com 18,3%, Guto tem 5,5% e Verri com 3,2%.
Num terceiro cenário, o Paraná Pesquisa testou o nome de Alexandre Curi como candidato do PSD — no lugar de Guto Silva. O presidente da Assembleia Legislativa teve um desempenho melhor. Moro, segue à frente com 42,4%, Beto Richa aparece com 16,8%, Requião Filho tem 16,5%, Curi tem 9% e Ênio Verri 2,6%.
Quando o candidato do PSD é o ex-prefeito de Curitiba Rafael Greca, Sergio Moro tem o desempenho mais baixo: 39,5% das intenções de voto. Greca aparece com 17,4%, 14,8% para Requião Filho, 14,6% para Beto Richa e Ênio Verri teve 2,3%.
O Paraná Pesquisa também simulou quatro cenários de um eventual 2º turno — com Sergio Moro em todos eles. Pela primeira vez, o instituto coloca frente à frente o ex-juiz da Lava Jato contra três pré-candidatos do PSD: Alexandre Curi, Guto Silva e Rafael Greca. Moro vence em todos os cenários — inclusive contra Beto Richa.
A disputa “mais tranquila” para Moro seria contra Guto Silva: 63,8% contra 17,1% para o candidato do PSD. Contra Alexandre Curi, Moro aparece com 58,1% e 24% para o presidente da Assembleia. Na disputa com Rafael Greca, o senador foi citado por 54,3% enquanto o ex-prefeito de Curitiba teve 33,8%. No quadro contra Beto Richa, Moro apareceu com 55,1% contra 28,7% do tucano.
A disputa pelas 2 vagas ao Senado
A máxima do recall político vale também na pesquisa de intenção de voto para o Senado Federal. Num cenário pesquisado, Roberto Requião (33,2%) e Beto Richa (32,1%) lideram a disputa, seguidos por Cristina Graeml (23,7%), que foi candidata na eleição de Curitiba em 24, Filipe Barros (22,8%), do PL de Jair Bolsonaro, e empatados com 11,7% aparecem Pedro Lupion (PP) e Zeca Dirceu (PT).
Quando o nome do governador Ratinho é testado como candidato ao Senado, ele explode na intenção de voto — alcançando 62,3%. Requião vem atrás com 26,8%, Richa com 25,2%, Filipe Barros figura com 19,8%, a petista e ministra de Lula, Gleisi Hoffmann, foi citada por 16,3% e Pedro Lupion teve 8,9%.
O desempenho de Ratinho Junior na pesquisa ao Senado reflete diretamente a percepção do eleitor paranaense quanto a gestão no governo do estado — avaliação que também foi medida pelo Paraná Pesquisa. 80,5% dos entrevistados, disseram aprovar a administração do governador, enquanto 16,5% desaprovam.
Metodologia
O instituto Paraná Pesquisa ouviu 1.550 eleitores em 58 municípios do Paraná entre os dias 17 e 21 de maio de 2025. A pesquisa tem um grau de confiança de 95% para uma margem de 2,5% para mais ou para menos.
