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A reunião do PP com Moro que pode incomodar o Palácio Iguaçu

Foi o primeiro encontro após a formalização da federação União Progressista. Mas uma ausência chamou a atenção

Maria Victoria e Sergio Moro tiveram uma reunião bastante reservada ontem (5) no escritório do senador em Curitiba. Foi o primeiro encontro entre eles após a formalização da federação União Progressista (UP) — que juntou União Brasil e Progressista.

Uma boa fonte do Blog Politicamente conta que participaram do encontro o deputado Mauro Moraes, acompanhando Sergio Moro, e um assessor da parlamentar. Com muito jeito e tato, Maria Victoria, que aliás foi quem pediu a reunião, teria sugerido um apoio do senador ao nome de Ricardo Barros para comandar a federação no Paraná. Estaria assim pavimentado o apoio do PP à candidatura do ex-juiz da Lava Jato ao Iguaçu no ano que vem.

Moro teria em Ricardo Barros o seu articulador político para suceder Ratinho Junior no Palácio Iguaçu. Não foi tratada na reunião a composição da chapa UP, com nomes e espaços — uma vez que as posições no xadrez político só vão se movimentar a partir de 26 e, até lá, “muita água vai passar por debaixo da ponte”. Muito embora, o PP sinalizou no encontro com o nome de Pedro Lupion para uma das vagas na Câmara Alta.

Mas o que chamou a atenção nesta reunião, foi uma ausência: Felipe Francischini — deputado federal e presidente do União Brasil no Paraná. Em tese, a conversa sobre o destino da federação se daria entre Maria Victoria e Felipe Francischini — os dois presidentes de partido no Estado. Isso na teoria.

Até as pedras do Centro Cívico sabem que Moro e Francischini estão quase que numa carnificina pelo comando do partido na terra das Araucárias. O senador tem o colega Davi Alcolumbre, presidente do Congresso Nacional, como aliado para tomar o União Brasil; já Francischini conta com o histórico eleitoral e de relacionamento com Antonio Rueda — homem forte do UB.

Ao mesmo tempo, poucos sabem, sobre uma recente aproximação de Francischini com o governador Ratinho Junior.

Enquanto a guerra interna do União Brasil não é decidida em Brasília, o Progressista está olhando para 26. Embora ainda esteja na base de apoio de Ratinho, votando com o governo e ocupando uma secretaria de Estado, a relação não anda lá das melhores.

Na dúvida, aconselha um palaciano, é bom espaçar um café com Ratinho e outro com Ricardo Barros. Ao mesmo tempo, ainda é cedo para uma eventual ruptura — que causaria desgastes para os dois lados. Pessoas próximas a ambos salientam a boa vizinhança entre os caciques. Mas ninguém garante até quando.

A atuação de Marco Brasil, do Progressista, na secretaria de Indústria e Comércio do governo Ratinho, tem agradado mais o Iguaçu do que o PP. Exonerações que desfazem acordos políticos costurados pelo PP são vistas com surpresa quase que diariamente no Diário Oficial do Estado.

O PP que ficou de fora da gestão de Eduardo Pimentel na prefeitura de Curitiba corre o risco de começar a perder espaço também no outro lado da praça. À conferir.

Na prática, a reunião foi avaliada como muito boa pelos dois lados presentes. Caso Moro assuma a presidência do União Brasil no Paraná o status do encontro será elevado de muito bom para excelente. E pode causar frouxos intestinais nos estrategistas do Palácio Iguaçu.

Mas caso o comando do partido de Rueda permaneça com Francischini, o PP terá de esquecer o encontro com o senador e buscar diálogo com o mais novo aliado de Ratinho.

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