O deputado Mauro Moraes foi ungido líder da bancada do União Brasil na Assembleia Legislativa — com a assinatura de cinco dos sete parlamentares do partido. Foi uma resposta rápida de parte do grupo político do senador Sergio Moro à decisão do governador Ratinho Junior de mudar o comando da secretaria do Trabalho.
O que se comenta pelos corredores do Iguaçu é que a saída de Mauro Moraes do governo tem relação direta com um pedido do deputado federal Felipe Francischini — que preside o União Brasil no Paraná. Ele e o senador paranaense travam uma guerra nos bastidores do partido pelo comando do diretório estadual.
Moro, que já declarou aos quatro cantos que será candidato ao governo em 26, até porque não tem nada a perder porque só vai disputar a reeleição em 30, conta com o apoio do presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre. Os dois se aproximaram muito durante o julgamento de Moro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), quando ele corria o risco de perder o mandato. O receio do ex-juiz da Lava Jato é não ter legenda no ano que vem.
Já Francischini, tem a confiança do mandachuva do partido, Antônio Rueda, principalmente, porque entrega o que o dirigente mais quer em toda eleição geral: deputado federal. As cadeiras na Câmara Federal garante ao partido fundo partidário e tempo de rádio e TV — moeda de troca importantíssima nas costuras políticas em todo o país. Além disso, Francischini tem o apoio quase majoritário dos políticos do União Brasil do Paraná — de vereador a deputado federal. Ou seja, se Moro tomar o comando do partido pode haver uma debandada.
A guerra no núcleo do UB
Esta guerra surda acaba provocando desdobramentos na política paranaense. Mauro Moraes, que é mais próximo de Moro, acabou rifado por Ratinho Junior — apesar do bom trabalho e os resultados obtidos na pasta do Trabalho. O governador deve anunciar nas próximas horas o deputado Do Carmo como secretário do Trabalho — aliado de primeira hora de Felipe Francischini. E ainda manteve, com o aval do atual presidente do UB, Santin Roveda na Justiça.
Com a indicação de Do Carmo, o cargo de líder do União Brasil ficará vago. O deputado Nelson Justus até tentou, com Do Carmo, articular a liderança, mas o contra-ataque veio rápido.
Depois que Mauro Moraes foi comunicado por João Carlos Ortega, chefe da Casa Civil, que seria incluído na reforma do secretariado e retomaria o mandato de deputado estadual, o grupo político de Moro se articulou rapidamente. Eles conseguiram colher as assinaturas necessárias para colocar Mauro Moraes como líder do partido na Alep. Flávia Francischini, Luiz Fernando Guerra, Thiago Bührer, Tito Barrichello consentiram pelo nome de Mauro Moraes — além dele próprio, claro. Destes, apenas Mauro Moraes e Luiz Fernando Guerra são “Moro de carteirinha”– os demais flutuam conforme a pauta partidária.
Quando Justus e Do Carmo começaram a procurar os colegas de partido, Mauro Moraes já tinha protocolado no sistema interno da Alep o comunicado informando o novo líder do União Brasil na Assembleia Legislativa.