O governador Ratinho Junior tem feito o dever de casa e conseguido junto aos paranaenses o reconhecimento da gestão. A pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quinta-feira (27), mostra que 81% dos entrevistados aprovam o governo de Ratinho. São 8 em cada 10 pessoas ouvidas. É um resultado e tanto. Ratinho vive o melhor momento político e está cotado como pré-candidato à presidência da República em 2026.
Todas as áreas do governo estão bem avaliadas, segundo a Quaest, com destaque para educação, geração de emprego e renda, e atração de empresas. É este cartão de visitas que Ratinho Junior quer apresentar ao eleitor brasileiro. Mas nem tudo são flores e há desafios para viabilizar a candidatura para o Palácio da Alvorada. O principal deles, tornar-se conhecido e romper as divisas das araucárias.
Ratinho já tem buscado isso, com viagens e agendas cada vez mais constantes para estados vizinhos — em especial, para São Paulo, onde está o PIB brasileiro. O governador do Paraná sabe que o aval do mercado financeiro, ou pelo menos a simpatia do grande empresariado, é determinante para o projeto 26. E é justamente os resultados da gestão que Ratinho tem levado e apresentado.
O desempenho de Ratinho foi superior aos 62% de Eduardo Leite no Rio Grande do Sul e Romeu Zema em Minas Gerais, 61% de Tarcísio de Freitas em São Paulo e 42% de Cláudio Castro no Rio de Janeiro. Aliás, a performance do governador carioca foi o ponto fora da curva. No outro extremo, aparece Ronaldo Caiado com 86% de aprovação dos eleitores goianos.
Crises caindo na conta de Lula
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Os dados são animadores para os pré-candidatos da direita que já começam a colar em Lula nas sondagens eleitorais. Os problemas econômicos que o país atravessa, com a alta dos preços dos alimentos, a inflação acima do teto e o aumento da taxa de juros recaem tão somente sob a presidência da República. Nada tem respingado nos governadores. Nem a crise da segurança pública que São Paulo atravessa tem colado em Tarcísio de Freitas.
Este desempenho dos governadores têm provocado uma cobrança, ainda que tímida, em cima de Jair Bolsonaro. Inelegível, o “Capitão” ainda se mantém como plano A da direita para enfrentar Lula em 2026, coibindo qualquer sombra a ele. É tudo que o PT quer. O ex-presidente pretende esticar esta corda até 2026, o que alguns acreditam que possa ser prejudicial e favorável a Lula.
Assim como Ratinho, Tarcísio, Zema, Caiado e Eduardo Leite vivenciam o mesmo dilema: estão com a aprovação acima de 60% em seus estados, mas não têm ainda a projeção nacional. O governador de São Paulo ainda leva uma pequena vantagem por comandar o estado que é a locomotiva do país, mas a própria pesquisa Quaest indica uma estabilidade na aprovação do nome e da gestão dele.
O fator desconhecimento, ao mesmo tempo, não é de todo mal. Pode ser uma oportunidade para os marqueteiros trabalharem a imagem do candidato. Sem mencionar que numa eleição presidencial, até Padre Kelmon passa a ser conhecido pelo eleitorado tamanha a exposição midiática durante a campanha eleitoral.
Metodologia:
A pesquisa ouviu 1.644 pessoas em São Paulo, 1.482 em Minas Gerais, 1.400 no Rio de Janeiro, 1.400 no Rio Grande do Sul, 1.200 na Bahia, e 1.104 no Paraná, em Goiás e em Pernambuco. Todas as entrevistas foram feitas entre os dias 19 e 23 de fevereiro.