De olho em 2026, Paulo Martins não deve ter vida longa na Prefs

Paulo Martins (PL) não deve ter vida longa como vice-prefeito de Curitiba. Não há nenhuma rusga com o prefeito Eduardo Pimentel, pelo contrário. É uma decisão política.

Comenta-se nos bastidores do Palácio 29 de Março que Paulo Martins já planeja disputar a eleição de 2026. Não se sabe ao certo para qual cargo, mas a Câmara Federal e o Senado Federal são os destinos mais comentados dentro da Prefs. Não é uma surpresa.

O posto de vice nunca foi o “sonho” de Paulo Martins — que já foi deputado federal. Ele integrou a chapa do PSD em 2024 depois de uma costura política feita pelo governador Ratinho Junior com o ex-presidente Jair Bolsonaro para trazer o PL para a coligação e “segurar” o Capitão.

Na teoria deu certo, na prática a estratégia quase desandou na reta final do 1º turno quando Bolsonaro flertou com Cristina Graeml. E no 2º turno, uma comitiva foi até São Paulo para convencer o Capitão pela neutralidade.

Até as pedras do Centro Cívico sabem que o desejo de Paulo Martins sempre foi a Câmara Alta. Ele tentou no pleito de 2022, mas acabou superado pelo ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) — apesar do apoio irrestrito de Bolsonaro e Ratinho Junior.

As esperanças se renovaram durante o julgamento de Moro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) quando analistas políticos consideravam que poderia ser o fim da linha da meteórica carreira do lavajatista. O que não aconteceu.

Para 26, as vagas dos senadores Oriovisto Guimarães e Flávio Arns estarão em jogo. Na Praça Nossa Senhora do Salete, poucos creem na reeleição dos atuais mandatários. Pode ser um caminho para Paulo Martins — mas a conjuntura política precisa lhe ser favorável. Paulo Martins sabe que para ser competitivo terá de ser ungido na chapa do candidato ao Palácio Iguaçu abençoado por Ratinho e Bolsonaro.

Paulo Martins pode encontrar resistência dentro do próprio PL, já que o deputado federal Filipe Barros não esconde de ninguém que o plano político para a próxima eleição é o Senado e que ele tem o aval do Capitão. Pode ser um entrave, que só deve ser colocado na mesa no ano que vem.

Fato é que Paulo Martins não completou nem 30 dias como vice-prefeito de Curitiba e já pensa num novo destino. Até lá, se comprometeu a cumprir com excelência a função de vice-prefeito e secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico — sem perder de vista a oportunidade de chegar a Brasília em 2026.