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A condenação do ex-procurador da República e chefe da Lava Jato Deltan Dallagnol no Tribunal de Contas da União (TCU) não pegou a classe política nem a jurídica de surpresa. Aliás, parece não ter surpreendido nem o próprio Deltan que preparou um grande balde de pipoca para acompanhar a sessão — tudo devidamente registrado nas redes sociais.
Assim como não causa perplexidade a ninguém que a grande estratégia política do Podemos na eleição de outubro de 2022 se alicerça em Deltan Dallagnol — cuja missão é ser o puxador de votos da legenda para eleger uma bancada robusta na Câmara Federal. Do candidato ao Senado, Alvaro Dias, até àquela liderança de bairro que computa 5 mil votos, a figura do ex-chefe da Lava Jato era um trunfo para conquistar eleitores.
Os trackings do partido demonstravam que a estratégia estava dando certo e meta de aumentar a representatividade no Congresso Nacional era plenamente viável. Com um bom desempenho nas urnas em outubro, Deltan pode se tornar um player importante em 2024 e 2026.
Mas se a decisão dos ministros do TCU não causou espanto, os efeitos dela estão causando dor de barriga na executiva do Podemos — desde as municipais até a nacional.
Deltan já anunciou que vai recorrer ao Pleno do TCU. Mas haverá disposição política dos demais ministros para contrariar o entendimento da 2 Câmara do órgão? É fato que transitada e julgada este acórdão do TCU, o ex-chefe da Lava Jato pode ficar de fora das eleições de outubro.
Reflexos — Aqui pela terra das araucárias, Carol Arns e Denian Couto terão que rever a estratégia já que a dobrada com Deltan pode naufragar. Alvaro pode perder o talismã que pretende usar na campanha — principalmente na propaganda de rádio e TV. O cenário é mais nebuloso na chapa de federal. Se não puder contar com Deltan, o Podemos pode passar em branco e não eleger nenhum deputado federal na próxima legislatura.
Que comece a campanha #FicaDeltanPelaSobrevivênciaDoPodemos.