Lottopar: governo estuda romper contrato com PayBrokers após operação sobre bets
Ao tirar do foco a participação da advogada e influenciadora Deolane Bezerra e do cantor Gusttavo Lima, a operação Integration, que apura irregularidade nas empresas de apostas online, as “bets”, poderá ter reflexo no Estado do Paraná. Documentos que embasaram a investigação da Polícia Civil de Pernambuco, assim como o material apreendido com os investigados, mostram que o caso pode respingar na Lottopar, autarquia vinculada à Secretaria de Administração e Previdência do Paraná.
O Blog Politicamente teve acesso a informações e documentos da polícia pernambucana. Dois dos alvos da operação Integration tem relação direta com o Paraná: Edson Antonio Lenzi Filho, de 40 anos, e Thiago Heitor Presser, 33. Ambos são da empresa PayBrokers, que é sediada em Curitiba, e apontada na investigação como suspeita de realizar lavagem de dinheiro no futebol brasileiro, promovendo mais de 1,5 milhão de operações por Pix, diariamente. Parte dessas transações, de acordo com o inquérito, é relacionada a apostas esportivas.
Relatórios da Receita Federal, juntados na Integration, revelam que a PayBrokers declarou receita bruta de R$ 4,2 milhões em 2021 e não há informações sobre os demais anos investigados. Os documentos da Receita Federal apontam que, entre 2020 e 2023, a empresa teve uma movimentação financeira fabulosa, de nada menos que R$ 2,1 bilhões.
É justamente a suspeita de sonegação fiscal e o crime de lavagem de dinheiro que deve embasar a Procuradoria Geral do Estado (PGE) do Paraná a romper o contrato com da PayBrokers com o governo paranaense — que tem duração de 20 anos e uma previsão de rendimento de mais de R$ 160 milhões para disponibilizar e operacionalizar a plataforma de gestão do serviço da Lottopar, serviço de loterias do Paraná, criado em 2021.
Conta uma boa fonte palaciana que Luciano Borges dos Santos, que responde pela PGE, recebeu sinal verde para esmiuçar o envolvimento da empresa com os supostos crimes investigados em Pernambuco para, de forma unilateral, rescindir o contrato com a PayBrokers. Ainda segundo a fonte do Blog Politicamente, o Palácio Iguaçu já teria recebido relatórios e informações que podem embasar a rescisão contratual.
Procurado, o Governo do Estado não quis se manifestar sobre o caso. O Blog Politicamente não conseguiu contato com os demais citados — o espaço segue aberto.
