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A um mês da eleição, disputa em Curitiba ainda não engrenou

A um mês da abertura das urnas, a eleição em Curitiba segue morna e o eleitor ainda parece distante da disputa. A sensação é que a campanha ainda não engrenou. Alguns candidatos sequer receberam as quantias robustas do fundo partidário para, de fato, estartar as campanhas. É bem verdade que o início do programa eleitoral gratuito no rádio e na televisão começou a despertar a atenção de alguns, mas o tema ainda não “pegou” na capital. Longe disso.

Fotos: Redes Sociais

Se nas ruas centrais, ainda são poucas as bandeiras, os correligionários e apoiadores, nos bairros o material de campanha é mais presente — principalmente dos candidatos a uma vaga na Câmara de Curitiba. A aposta dos candidatos está nas redes sociais e as cotoveladas, por enquanto, estão concentradas na Justiça Eleitoral. Na proporcional, a eleição está mais quente, com disputas acirradas por nacos da cidade. Enquanto que na majoritária, os concorrentes parecem estar ajustando os últimos ponteiros para, enfim, colocarem o bloco na rua. Após o feriado de 7 de setembro, institutos de pesquisa devem registrar novas sondagens eleitorais que pode trazer combustível para a disputa pelo Palácio 29 de Março.

Os assuntos até aqui mais debatidos nas entrevistas e nos programas eleitorais têm sido saúde, segurança, mobilidade e transporte público — temas afetos ao dia a dia dos curitibanos. Ninguém ousa falar mal da cidade, são críticas pontuais com discursos muito próximos de que “é hora de cuidar das pessoas” e “é preciso e possível melhorar”.

Nestes 20 e poucos dias de campanha oficial, os candidatos têm evitando a polarização entre esquerda e direita. Bolsonaro e Lula, até agora, não apareceram nas campanhas dos candidatos à prefeitura de Curitiba — diferentemente daqueles que estão na disputa por uma vaga no legislativo.

No interior, a estratégia é outra. Bolsonaro tem sido bastante “explorado” pelos candidatos ao Executivo. Na semana passada, o Capitão passou por algumas cidades paranaenses, entre elas Foz do Iguaçu e Londrina, onde participou de eventos de campanha de aliados. Lula ainda não desembarcou na terra das araucárias. O ex-presidente do PL só voltará agora ao Paraná para participar de eventuais disputas em segundo turno.

Se o apoio de Lula e Bolsonaro é disputado a tapa em algumas cidades, em Curitiba o cenário parece ser outro. Nos bastidores, todos sabem que Luciano Ducci (PSB) é o candidato de Lula e Eduardo Pimentel tem o apoio de Jair Bolsonaro. Mas o eleitor ainda desconhece. Até porque parece que o curitibano está mais preocupado em quem vai apresentar a melhor proposta para resolver o problema das unidades de saúde, da tarifa do ônibus, da segurança, do que sobre a polarização entre PT e PL.

Se a campanha em Curitiba não engrenar, corre o risco do eleitor ir para a cabide de urna com pouquíssimas informações sobre quem quer administrar Curitiba e, pior, sem ter ciência das propostas de cada um para os próximos quatro anos.

 

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