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O jogo virou para o senador Alvaro Dias (Podemos) que nesta eleição vai em busca de mais longos oito anos no Senado Federal. Há menos de um mês, o cenário parecia desolador.
Sem espaço na chapa do governador Ratinho Junior (PSD) e ignorado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), o senador paranaense lançava balões de ensaio: chegou a dizer que disputaria a presidência da República e depois cogitou concorrer ao Palácio Iguaçu. Ou seja, não tinha nada a perder. Entraria como franco-atirador.
Agora o momento é outro. Os desentendimentos com o Capitão Bolsonaro parece que já foram superados. O Blog Politicamente apurou que quem fez a aproximação entre eles foi o senador Flávio Bolsonaro — filho do presidente e colega de Alvaro no salão do tapete azul.
O senador paranaense está agora aguardando uma conversa com Ratinho Junior. O que parecia inviável em junho, pode se concretizar em julho. Alvaro pode ser o candidato ao Senado Federal do governador Ratinho Junior. Com apoio da máquina, Alvaro encaminharia sua reeleição.
Efeito Moro — Toda essa mudança no quadro político tem como explicação o ex-juiz Sergio Moro (União Brasil). Desde que teve o domicílio eleitoral em São Paulo negado pela Justiça Eleitoral paulista, Moro tem externado que vai disputar a eleição de outubro pelo Paraná.
Como a tendência é que o ex-juiz dispute o Senado, a turma do Capitão já esta articulando com os palacianos para tentar frear os ímpetos de Moro. O Blog Politicamente já tinha alertado sobre a tentativa de Bolsonaro e ontem publicou detalhes da estratégia que vem sendo montada.
O maior efeito colateral desta estratégia para lá de ousada é o deputado federal Paulo Martins (PL) que goza da confiança tanto do presidente quanto do governador. Para alijar os planos de Moro a saída é apostar em Alvaro Dias — concorrente capaz de vencer o ex-juiz federal. A Paulo Martins restaria buscar a reeleição com a promessa de empenho tanto do governo do Paraná quanto do Palácio da Alvorada. O segundo, porém menor efeito, é Guto Silva (PP) que também seria preterido por Ratinho — embora nunca tenha entrado nos planos do governador como candidato ao Senado.
No comando da campanha de Ratinho ninguém derrubaria uma lágrima por Paulo Martins — apesar das relações pessoais com a família Massa. Afinal de contas, se a estratégia permanecer de pé fica aniquilada a chance do Podemos lançar um candidato ao Governo do Paraná — diminuiria assim, nas contas feitas pelos pragmáticos marqueteiros comandados pelo argentino, a chance de um eventual segundo turno.