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Estrategistas da campanha de Eduardo Pimentel (PSD) quebram a cabeça para encontrar uma maneira de convencer Ney Leprevost (União Brasil) a deixar a disputa pela prefeitura de Curitiba. Eles avaliam que a presença do pré-candidato do União Brasil pode dificultar o plano de eleger o atual vice-prefeito. Eles não querem correr risco. E ganhar na capital do Estado é prioridade para o time de Ratinho que já olha para 2026.
Ney já foi procurado tanto por Ortega, chefe da Casa Civil do governo do Estado e homem forte do governador Ratinho Junior, quanto por Giovani Gionédis, eminência parda da prefeitura de Curitiba, e ouviu de ambos a oferta de indicar o irmão, o vereador Alexandre Leprevost, em troca da candidatura. Ney declinou e manteve o ímpeto de disputar a eleição em outubro.
Agora, interlocutores do bunker de Pimentel preparam uma nova ofensiva. E, desta vez, vão contar com uma “ajuda” dos aliados. Está em curso a formatação de uma equação que envolve a Assembleia Legislativa. A proposta seria a seguinte: Ney abre mão da eleição em Curitiba para assumir a 1ª secretaria do legislativo. A escolha dos novos membros da nova Mesa Executiva vai acontecer em agosto — mas eles só assumem em fevereiro de 2025. O posto de presidente já tem dono: Alexandre Curi. Mas a guerra pela 1ª secretaria tem movimentando os bastidores.
Ademar Traiano, o atual presidente, era um dos mais entusiasmados. Outros tentaram, mas o Palácio Iguaçu fechou questão no nome de Marcel Micheletto — deputado que é muito próximo de Ratinho. A chapa estava fechada: Curi e Micheletto. Com a proximidade do período de convenções e o movimento de Ney de manutenção da pré-candidatura, a estratégia foi oferecer a chave do polpudo cofre do Legislativo. Mais do que um orçamento milionário, as centenas de cargos em comissão é o principal chamariz. Por isso tamanha cobiça. Com ampla maioria na Alep, o Palácio Iguaçu acredita que emplaca facilmente Curi e Ney nos principais postos da Mesa Executiva.
Uma boa fonte palaciana conta que Micheletto topa “ir para o sacrifício”. Na verdade nem é tanto um sacrifício. Ele deixaria de assumir a 1ª secretaria para disputar a prefeitura de Assis Chateaubriand e, obviamente, contaria com todo o apoio do time de Ratinho para elegê-lo “com os pés nas costas”. No fim de semana, Micheletto já deu indícios de que aceitaria trocar Curitiba por Assis.
Em entrevista numa quadra esportiva, Micheletto, que já foi prefeito da cidade, afirmou que está mais maduro e que agora administraria a prefeitura tendo um amigo, uma pessoa muito próxima, no governo do Estado. Ou seja, com ligação direta com o Palácio Iguaçu ele conseguiria como prefeito atrair recursos e obras importantes para Assis.
Tudo, milimetricamente calculado para abrir brecha para colocar Ney Leprevost no comando da 1ª secretaria — tirando assim mais um potencial adversário de Eduardo Pimentel da disputa pelo Palácio 29 de Março.
Uma pessoa bastante próxima a Ney Leprevost contou ao Blog Politicamente que a tal proposta ainda não chegou à mesa do deputado e pré-candidato do União Brasil. E que Ney segue firme na intenção de concorrer na eleição de outubro.