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Agentes da Polícia Federal encontraram cerca de R$ 200 mil, sendo U$ 30 mil e R$ 50 mil, na casa e nos endereços ligados a Eduardo Requião, a esposa e os dois filhos. Eles foram alvos de mandados de busca e apreensão cumpridos ontem (9) pela PF no âmbito da operação Serendipitia que apura um esquema de lavagem transnacional de dinheiro, evasão de divisas, corrupção ativa e passiva e de associação criminosa. No momento da chegada dos policiais federais, Eduardo Requião nem os familiares estavam em casa.
A investigação da PF aponta para a suspeita que os familiares de Eduardo Requião eram responsáveis por receber recursos de origem ilegal — seja em espécie, seja em depósitos em contas no exterior. Para a PF, eles promoveram operações ilegais de câmbio, movimentação de valores em espécie, depósitos fracionados e transferências bancárias com apresentação de justificativas falsas”. Além dos dos cerca de R$ 200 mil dinheiro em espécie, os federais ainda apreenderam documentos e equipamentos eletrônicos.
O esquema criminoso, que envolvia ainda um empresário que atuava no ramo portuário de Paranaguá e uma empresa holandesa — ambos também alvos da operação policial –, foi descoberto por acaso. A PF estava atrás de Cláudio José de Oliveira, conhecido como “Rei do Bitcoin”. Ele foi preso na operação Daemon e depois condenado pela Justiça Federal.
Mirou numa coisa e acertou em outra — Os federais encontraram vestígios de uma negociação envolvendo o “Rei do Bitcoin” e o empresário Valmor Felipetto, dono da Harbor Operadora Portuária Ltda, com forte atuação no Porto de Paranaguá. Ao ser interrogado, Felipetto forneceu, segundo a PF, “elementos que indicavam a existência de esquema voltado à prática de lavagem transnacional de ativos e evasão de divisas que tinham como beneficiário pessoa que havia ocupado, no período de 2003 a 2008, a função de superintendente de empresa estatal responsável pela administração dos Portos do Paraná”.
Este beneficiário, segundo uma boa fonte do Blog Politicamente, é Eduardo Requião. O novo foco da investigação da PF demonstrou que Filipetto teria recebido e ocultado R$ 5 milhões numa conta na Áustria, mas que de fato este montante pertencia a Eduardo Requião. Diante da movimentação financeira fora do país, a PF, através de cooperação jurídica internacional, obteve provas junto a bancos da Áustria e dos Estados Unidos da América de movimentação de recursos suspeitos.
Contrato no Porto — Documentos recebidos dos bancos revelam que, em 2009, a empresa holandesa Van Oord fez três pagamentos na conta de Filipetto que somam R$ 3 milhões. Para a PF, este recurso tinha Eduardo Requião como destino. Coincidentemente, na sequência, a empresa estrangeira havia recém celebrado contrato público e aditivos com a administração do Porto de Paranaguá no valor superior a R$ 30 milhões para execução de serviços de dragagem no Canal da Galheta.
Além disso, os documentos encaminhados via cooperação internacional à PF teriam comprovado uma operação dólar-cabo, feita em 2018, que disponibilizou, nos Estados Unidos, cerca de R$ 500 mil Eduardo Requião e seus familiares.
Após a deflagração da ação policial, a PF agora vai se debruçar na análise dos celulares, computadores e equipamentos apreendidos com os alvos. Ainda não há uma data certa para o depoimento de Eduardo Requião e dos demais investigados.
Outro lado — Procurado, o advogado Roberto Brzezinski Neto, que representa Eduardo Requião, informou ao Blog Politicamente que vai se manifestar após analisar as informações referentes à operação da PF. O Blog não conseguiu contato com o empresário Valmor Felipetto, nem com a empresa holandesa Van Oord. O espaço segue aberto para manifestação dos citados.