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Nem a cassação do mandato do deputado estadual, campeão de votos, Fernando Francischini (União) pelo Supremo Tribunal Federal (STF) deu tanta repercussão nos bastidores da política paranaense quanto o resultado do julgamento que viria poucas horas depois de São Paulo envolvendo o ex-juiz federal Sergio Moro (União) com reflexo direto no Paraná.
Era início da noite quando o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) paulista negou o domicílio eleitoral de Sergio Moro impossibilitando assim qualquer candidatura pelo estado vizinho. Apesar de ainda caber recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) minutos depois da decisão, políticos, marqueteiros e palacianos gastaram a ponta dos dedos no whatsapp comentando a possibilidade, cada vez mais real, de Moro vir a disputar a eleição pelo estado do Paraná.
Em resumo, embaralha todo o xadrez político. Os repórteres do Blog Politicamente também recorreram ao aplicativo de mensagens instantâneas. Especialistas renomados em Direito Eleitoral, caciques de partidos e até Sergio Moro foram conectados – o ex-juiz se restringiu a dizer que “isso (disputar cargo pelo Paranná) ainda será definido”. O blog conversou com uma pessoa próxima a ele que disse: “Moro esta propenso a disputar o Senado pelo Paraná”.
Em nota oficial, o ex-juiz declarou: “Recebi surpreso a decisão do TRE de São Paulo na ação proposta pelo PT. Nas ruas, sinto o apoio de gente que, como eu, orgulha-se do resultado da Lava Jato e não desistiu de lutar pelo Brasil. Anunciarei em breve meus próximos passos. Mas é certo que não desistirei do Brasil”.
Cenários — Vamos por parte. Da questão legal. Segundo apurou o Blog, não haveria nenhum óbice de Moro disputar a eleição, seja o cargo que for, pelo estado do Paraná – seu antigo domicílio eleitoral. Há jurisprudência farta no TSE. O que alguns especialistas alertam seria para um eventual questionamento sobre a filiação do ex-juiz – o que, segundo caciques do União, estaria superado.
Para isso, Moro teria que abrir mão do recurso ao TSE – o que, segundo uma fonte do Blog Politicamente, já está sendo discutido no QG do ex-juiz federal e hoje seria o caminho natural.
Vencido o obstáculo legal, Sergio Moro estaria à disposição do partido. Deixado de lado da disputa pela presidência da República, já que o União Brasil resolveu lançar o inexpressivo Luciano Bivar, há quem sugira que Moro dispute até mesmo o governo do Paraná – entrando na briga contra o governador Ratinho Junior (PSD), que vai disputar a reeleição, os pré-candidatos Roberto Requião (PT) e César Silvetsri Filho (PSDB) – para ficar nos três mais bem pontuados nas pesquisas recentes.
Palácio? — A relação União/Ratinho vai muito bem, obrigado. Até então a legenda era presença certa naquela sopa de letrinha obrigatória que indica os partidos aliados. Mas… Um fator novo pode mudar esta relação. Tem gente propondo até uma aliança União/Podemos tendo Alvaro Dias como cabeça de chapa e Moro ao Senado.
Outra opção no cardápio, hoje a mais palpável, é lançar Moro ao Senado Federal, a preocupação então recairia sob as cabeças de Alvaro Dias, que busca a reeleição, do deputado federal Paulo Martins (PL) – pré-candidato apoiado por Ratinho e pelo presidente da República Jair Bolsonaro (PL) – e do estadual Guto Silva (PP) que embora não tenha engrenado, ainda nutre o sonho de pisar no salão do tapete azul.
Deputado federal é a possibilidade mais remota. Praticamente nula. Moro poderia ser o puxador de votos da legenda podendo eleger uma maior bancada – com o incômodo de ter de disputar a tapa o voto com o antigo aliado Deltan Dallagnol (Podemos) – ex-procurador e chefe da Lava Jato no Paraná.
No avião — Estes são os cenários hoje debatidos por caciques partidários. Fato é que se a eleição no Paraná parecia morna, a terça-feira movimentou o xadrez político. Do Centro Cívico, uma fonte comentou: “o governador terá algumas boas horas no avião de volta para o Brasil para realinhar a nova estratégia, já que a atual parece ter ficado obsoleta”.