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O ex-governador Roberto Requião pode pintar como a grande surpresa nesta eleição de 2024. No último dia da janela partidária, 5 de abril, ele se filiou ao Mobiliza, ex-Partido da Mobilização Nacional (PMN). Está, portanto, apto a participar das eleições municipais de outubro.
Requião, no final de março, se desligou do PT após uma agitada estadia no partido do presidente Lula — marcada por críticas, principalmente, à gestão da economia do país.
Ao Blog Politicamente, Requião confirmou a filiação, mas deixou em aberto o futuro político — podendo ser a prefeitura de Curitiba ou o Senado Federal, numa eventual eleição suplementar, a ser convocada pelo Tribunal Superior Eleitoral em caso de cassação do mandato do senador Sergio Moro.
“Acho que as candidaturas tanto ao Senado quanto a prefeitura de Curitiba não têm consistência programática ideológica, está faltando seriedade neste processo”, disse.
“Queriam me deixar fora da disputa eleitoral, a cúpula nacional do PT e os outros partidos da coligação. Eu saí disso. Agora vamos ver que tipo de apoio eu tenho e para onde eu vou na prática política eleitoral”, completou.
A decisão de Requião, seja qual for, atrapalha os planos do PT e, em especial, da presidente nacional da legenda, a deputada federal Gleisi Hoffmann. E, por tabela, pode também complicar os planos do pré-candidato ao Palácio 29 de Março, Luciano Ducci (PSB).
Na prática, toda a costura política que o PT, principalmente, vinha fazendo para formar uma frente ampla de esquerda pode ser prejudicada — já que Requião, se confirmar a candidatura à prefeitura de Curitiba, tiraria votos da esquerda.
Requião poderia ser a opção de voto e atrair um naco do PT de Curitiba insatisfeito com a decisão do diretório nacional, já quase pública, de apoiar a candidatura de Ducci — tendo o deputado Goura (PDT) como vice.
Se a opção dele for pela vaga ao Senado, o dano seria maior para Gleisi, que está de olho na disputa pela cadeira na Câmara Alta. Ao invés de disputar sozinha, representando a esquerda, teria de competir com o ex- aliado Roberto Requião.