Jair Bolsonaro e generais do Exército são alvos de operação da PF

Atualizada às 8h32

O ex-presidente da República Jair Bolsonaro e militares do Exército que atuaram no governo são os principais alvos de uma operação deflagrada nesta quinta-feira (8) pela Polícia Federal. Estão sendo cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão.

Jair Bolsonaro é alvo de medidas restritivas diversas a prisão. Ele terá de entregar o passaporte num prazo de 24 horas. Outros alvo importante desta operação da PF são, o general do Exército Augusto Heleno, Braga Netto — assim como o presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto. Os mandados foram autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Os nomes dos alvos não foram divulgados.

Os mandados estão sendo cumpridos no Paraná e em outros oito estados: Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Goiás e no Distrito Federal. Na cidade de Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, o ex-assessor especial de Bolsonaro, Filipe Martins, foi preso. Ele ganhou os holofotes depois de fazer um gesto supremacista branco durante uma sessão do Senado.

A Operação Tempus Veritatis tem como objetivo a apurar uma organização criminosa que teria atuado na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente Bolsonaro.

As investigações apontam que o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas Eleições Presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital.

Segundo a PF, o primeiro eixo consistiu na construção e propagação da versão de fraude nas Eleições de 2022, por meio da disseminação falaciosa de vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação, discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022.

O segundo eixo de atuação consistiu na prática de atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, através de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível.

O Exército Brasileiro acompanha o cumprimento de alguns mandados, em apoio à Polícia Federal. Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.

 

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