Mesa Diretora manda caso de Maria Letícia para Conselho de Ética

Dirigir sob efeito do álcool, tentativa de fuga do local do acidente e o desacato contra policiais foram os principais fatores que levaram os vereadores da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Curitiba a encaminhar uma representação formal ao Conselho de Ética contra a vereadora Maria Letícia, do PV. Ela será julgada pelo Conselho, podendo até perder o mandato, por provocar um acidente que terminou com a prisão em flagrante da parlamentar.

A decisão pelo encaminhamento foi unânime e já na próxima semana deve acontecer a formalização do procedimento e o início da instrução processual — momento em que será garantido à vereadora o pleno exercício da ampla defesa.

Também na próxima semana serão eleitos, entre os nove membros do Conselho de Ética, o relator e o vice-relator que terão até 90 dias para apresentar um parecer sobre o caso — pelo arquivamento ou pela aplicação de uma punição, que pode ser até mesmo a perda do mandato. Fazem parte do colegiado, o presidente Dalton Borba, o vice Eder Borges e os vereadores Ângelo Vanhoni, Márcio Barros, Marcos Vieira, Marciano Alves, Professor Euller, Rodrigo Reis e Zezinho Sabará.

A reunião da Mesa Diretora da Câmara, conduzida pelo presidente Marcelo Fachinello, durou pouco mais de uma hora e, por unanimidade, eles resolveram acatar o relatório do Corregedor, vereador Ezequias Barros (PMB), afirmando que Maria Letícia pode ter quebrado o decoro parlamentar ao provocar um acidente no Centro de Curitiba, em novembro do ano passado. No relatório, o Corregedor sugeriu a aplicação de penas brandas à vereadora: advertência formal e a suspensão de certas prerrogativas do mandato por período determinado.

Reunião — Durante a reunião, a vereadora, que faz parte da Mesa Diretora, mas não pode votar, se manifestou. Numa tentativa de estratégia de tentar sensibilizar seus pares, disse que “quando a vereadora sangra, toda a Câmara sangra junto. Se há dúvidas sobre ela, há dúvidas sobre todos” — declaração que não foi bem digerida pelos integrantes da Mesa.

Maria Letícia voltou a negar que tenha ingerido bebida alcóolica, embora não tenha explicado o motivo pelo qual se negou a fazer o teste de bafômetro. Disse ainda que foi a responsável pelo acidente, mas estava sob intoxicação medicamentosa.

“Condenada pela mídia” — A vereadora comentou que “há meses não pode sair de casa devido à condenação da mídia, que está censurada e que isso é absolutamente injusto” e questionou aos colegas se eles “não consideram que ela já foi punida por uma mídia que não conhece sua história e não quer conhecer sua história”.

Ao contrário do que disse aos seus pares, desde o acidente, a vereadora Maria Letícia optou por não falar sobre o caso com a imprensa e tem se manifestado através de notas divulgadas pela assessoria de imprensa. O Blog Politicamente já tentou por algumas vezes falar com a parlamentar, que preferiu adotar a estratégia do silêncio.

Agora, no Conselho de Ética, terá o foro e o tempo necessário para esclarecer detalhes do acidente e questões que até agora não foram esclarecidas. O desdobramento político é a principal preocupação de Maria Letícia, já que na esfera criminal o processo caminha para um desfecho sem qualquer punição. 

 

Foto: Divulgação Câmara de Curitiba

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