A programação e os bastidores de Bolsonaro em Curitiba

O ex-presidente Jair Bolsonaro vai manter em Curitiba uma das suas principais características: o contato com o povo. Na capital paranaense, onde desembarca no fim da manhã desta sexta-feira (15), não será diferente. Ao embarcar no avião, Bolsonaro cumprimentou as pessoas e foi aplaudido pelos passageiros.

O Blog Politicamente ouviu mais de uma dezena de fontes, pessoas ligadas ao “Capitão” e políticos do PL,  que contaram como serão estas 48 horas de Bolsonaro na cidade.

Logo depois de pousar no Afonso Pena, Bolsonaro deve participar de uma motociata até o Centro de Curitiba, mais precisamente até o fim da avenida Sete de Setembro. Por lá, ele deve visitar alguns comerciantes e cumprimentar apoiadores. Em seguida, vai almoçar num restaurante português, no Mercado Municipal. Após o almoço, uma pausa para descanso e um banho.

Por questão de segurança, o Blog Politicamente não vai informar a localização precisa de Bolsonaro. Mas há duas opções de estadia para o Capitão. Na casa de um empresário da região metropolitana de Curitiba ou na residência de um parente de um político.

No finzinho da tarde, Bolsonaro vai para a Assembleia Legislativa, onde receberá o título de cidadão honorário do Paraná, homenagem proposta pelos deputados do PL, mesmo partido do ex-presidente. O governador Ratinho Junior já confirmou presença e não há, por ora, agenda marcada com Bolsonaro. Após a solenidade, ele e um grupo de deputados e empresários devem jantar no restaurante Madalosso, em Santa Felicidade — o que deve ser o último compromisso público.

Evento do PL — No sábado pela manhã, Bolsonaro vai tomar um café da manhã na Boca Maldita, no Centro de Curitiba, reduto da política local. Depois disso, se encaminha para o evento do PL, na Universidade Positivo. Algumas fontes contam, que neste evento, o ex-presidente pode lançar a pré-candidatura do deputado federal Filipe Barros para a prefeitura de Londrina. O parlamentar é uma das pessoas mais próximas de Bolsonaro.

Talvez Bolsonaro, nesta passagem por Curitiba, dê um indicativo a respeito do impasse instalado sobre a presidência do PL do Paraná — disputado pelos federais Filipe Barros e Fernando Giacobo, atual e tradicional cacique político da legenda.

Guerra pelas credenciais — Agora o que chamou a atenção neste preparativo da vinda de Bolsonaro, foi a guerra de vaidades travada entre alguns deputados do PL — que foi vista nos bastidores. A quantidade e a divisão das 80 credenciais, para a sessão solene desta sexta na Assembleia, foi apenas um dos exemplos. Ricardo Arruda tentou monopolizar as “entradas vips”, o que provocou reação de Marcel Micheletto, 1° vice-presidente da Casa e responsável por comandar a solenidade.

A insatisfação com a distribuição das concorridas credenciais é compartilhada também por prefeitos do PL, que se programaram para vir até a capital para fazer aquela chapa, pelo menos uma selfie, ainda que desfocada, com o Bolsonaro para publicar e impulsionar nas redes sociais.

A questão de quem vai discursar e por quanto tempo foi outro ponto de atrito. O deputado progressista Soldado Adriano José teria sido proibido por Arruda de fazer pronunciamento na sessão de homenagem a Bolsonaro. Arruda teria dito que ele é o único deputado que sempre defende o “Capitão” — o que de fato lhe assiste razão. O impasse foi tanto que o ex-ministro e general do Exército Braga Netto, que chegou ontem a Curitiba, foi chamado para uma reunião para conter os ânimos. O que comentam é que Adriano José deve “empinar a carroça” e dar um jeito de discursar para o ex-presidente.

Por sorte, talvez, estas questões provincianas de “demonstração do poder” devem passar alheias pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

Foto: Reprodução Redes Sociais

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